quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Portaria 404/2012 da SPU: trata da cessão de espaços físicos em águas públicas da União (Nota Explicativa e texto)

Marina da Glória, Rio de Janeiro (RJ)

Novamente tivemos a oportunidade de colaborar com a formação da base regulatória do desenvolvimento náutico brasileiro. Desta vez apresentando sugestões incorporadas à Portaria SPU 404/2012, que "estabelece normas e procedimentos para a instrução de processos visando à cessão de espaços físicos em águas públicas e fixa parâmetros para o cálculo do preço público devido, a título de retribuição à União".

Tanto a Nota Explicativa quanto o texto da Portaria SPU 404/2012 são de leitura obrigatória para todos aqueles que sejam consultores, investidores ou operadores jurídicos envolvidos com o tema em questão, transversal à maricultura, ao turismo náutico, à hotelaria, à pesca e às atividades portuárias e marítimas em geral.

Nos próximos dias anunciaremos data de workshop em Santa Catarina para tratar desta nova e importante norma em detalhes, com presença do economista e advogado Reinaldo Redorat, Coordenador Nacional do Projeto Orla, lotado na Coordenação-Geral de Apoio ao Desenvolvimento Local - CGADL, da Secretaria do Patrimônio da União - SPU, em Brasília (DF).

O encantador olhar feminino a respeito de uma escala de navio de cruzeiros em Mônaco. Texto delicado e imagens lindas!


O caminho serpenteia através de muralhas antigas, mirantes e terraços. Nós duas estávamos gritando em cada esquina, olha isso!

Continue lendo (em inglês - e vendo fotos incríveis) em Chino House!

NOTA PESSOAL: Em 2011, a FGV divulgou estudo apontando, entre outros dados relevantes, que a maioria dos turistas a bordo de cruzeiros é formada por mulheres. Resultado disto é a presença cada vez mais frequente de diários de bordo femininos humanizando a internet, normalmente em blogs pessoais. Este, pilotado por Alison Chino, é um encantador exemplo!

Colunista Carlos Damião, do jornal Notícias do Dia, destaca visita à ACIF de Maria Cláudia, nova titular da SETUR!

A secretária destacou que a meta imediata é aprovar e implantar o Fundo Municipal do Turismo, para que a Setur, em sintonia com o Conselho Municipal e o Grupo Gestor, tenha recursos para implantar as ações necessárias à qualificação no atendimento ao turista.


NOTA PESSOAL:


Foto: Divulgação/ACIF

Maria Cláudia Evangelista (foto), com sólida formação acadêmica em Turismo e extremamente competente como gestora no segmento, é uma das grandes amizades que fiz no Grupo Gestor do Turismo de Florianópolis e Região, colegiado de que foi ex-coordenadora como representante do Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau na qualidade de sua diretora executiva. Não foi nada fácil, alguns anos atrás, a partir de uma reunião pra lá de tensa na ACIF, colocar o nosso "GG" nos trilhos, dando-lhe estrutura e consequência. Hoje, porém, é um dos mais dinâmicos colegiados do gênero no país, com seu trabalho reconhecido até pelo MTur, inclusive por atuar como braço técnico do Conselho Municipal do Turismo. O maior mérito do GG porém - e (por justiça) da hoje secretária municipal Maria Cláudia -, é termos um trade turístico local finalmente coeso e atuante, a ponto de ter se organizado indicado-a, à unanimidade, para o desafio de assumir o leme do Turismo na cidade mais desejada do Brasil!!!


Foto: álbum do restaurante Pellegrino no Facebook

O brilhante (e, digo eu, borbulhante - adora um perlage!!! Mas... quem não?!!) jornalista Carlos Damião (foto), de consistente carreira na imprensa nacional, é um apaixonado pela capital catarinense. Profundo conhecedor das suas gentes, dos seus saberes e fazeres, da sua história, da sua rica cultura, da sua geografia fascinante, está sempre a defender nossa cidade de inimigos reais e, por vezes, imaginários (risos). Fazendo bom uso da sua popular coluna no jornal Notícias do Dia e dos programas de rádio em que já atuou e atua, é notável parceiro das lutas pelo desenvolvimento náutico sustentável da Ilha de Santa Catarina, apoiando incessantemente a implantação de equipamentos de apoio (como píeres, marinas e terminal de cruzeiros) e do transporte marítimo de passageiros na região. Sobre alguns temas travamos publicamente - mas sempre com fidalguia - graves discordâncias. Há algo, porém, em que jamais discordamos: somos amigos! E Ponto Final. 

Pauta da primeira reunião do GT Náutico de SC em 2013 não indica, mas secretário Beto Martins anunciará novidades!


Uma das reuniões itinerantes do GT Náutico de SC, esta realizada em Itajaí, ano passado.

Prezados senhores (as),
Vimos convidá-los para participar da reunião do Segmento de Turismo Náutico de Santa Catarina, a realizar-se no dia 1º de Fevereiro  (sexta-feira), às 09:00h, no auditório da SOL, localizado à Rua Eduardo Gonçalves D'Avila, 303 - Itacorubi - Florianópolis - SC.
Pauta da reunião:
- Apresentação do Secretário José Roberto Martins – Beto Martins
- Encaminhamentos do GT Náutico para 2013
- SEATRADE Miami 2013
- Encaminhamentos gerais
Aguardamos confirmação de presença até o dia 30 de janeiro (quarta-feira), através deste e-mail.


Atenciosamente,



Elisa Wypes Sant'Ana de Liz

Diretora de Políticas Integradas do Lazer - PDIL

Secretaria de Estado de Turismo Cultura e Esporte
(48) 3212-1929


NOTA PESSOAL: Esta semana tive longa conversa com o secretário Beto Martins em que expus a história e o contexto do GT Náutico de SC, criado em 2009 a partir de uma iniciativa da ACIF. Após, ele informou-me que pretende fortalecer o GT Náutico de SC, detalhando como pretende fazê-lo. Trago mais detalhes após a reunião de amanhã. Vale conferir interessante entrevista do secretário ao jornal Notícias do Dia. Veio do setor portuário...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O mar, tão belo quanto perigoso, inspirando devoção e respeito na obra de Cruz e Sousa!


O site da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) disponibilizou com acesso gratuito a obra do poeta simbolista Cruz e Sousa. O pesquisador Lauro Junkes organizou a prosa e poesia do catarinense no site, que também dá acesso à 75ª edição do jornal Ô Catarina!, sobre o aniversário de Cruz e Sousa.

Continue lendo em Diario Catarinense!

NOTA PESSOAL: Exatamente por viver num tempo em que predominava o transporte marítimo de passageiros para deslocamentos pela costa brasileira, com intenso movimento no porto da então Desterro (hoje Florianópolis), não havendo por terra outra ligação viável, natural que, compelido pela sua observação forçada, às vezes por dias a fio, Cruz e Sousa acabasse por ter o mar como fonte de inspiração, o que de fato reflete-se largamente em sua profícua produção poética.

Neste belo soneto escolhido a título de amostra, a referida relação conflituosa já se evidencia:


O MAR

Que Nostalgia vem das tuas vagas,
O velho mar, ó lutador Oceano!
Tu de saudades íntimas alagas
O mais profundo coração humano.

Sim! Do teu choro enorme e soberano,
Do teu gemer nas desoladas plagas
Sai o quer que é, rude sultão ufano,
Que abre nos peitos verdadeiras chagas.

Ó mar! ó mar! embora esse eletrismo,
Tu tens em ti o gérmen do lirismo,
És um poeta lírico demais.

E eu para rir com humor das tuas
Nevroses colossais, bastam-me as luas
Quando fazem luzir os seus metais...


Para desfrutar de toda a obra de Cruz e Sousa em verso e prosa, acesse ao site da Fundação Catarinense de Cultura - FCC.

Quatro mega navios de cruzeiros atracados em St. Marteen, paraíso náutico e natural no Caribe. Belíssimas fotos!


Saiba mais sobre este fantástico destino de cruzeiros!

Continue lendo (inglês) e vendo belíssimas fotos neste interessante blog pessoal de turismo!

NOTA PESSOAL: Cruzeiros, superyachts em modernas marinas, regatas fantásticas, infraestrutura náutica em harmonia com a natureza exuberante, compras. Poderia ser Florianópolis...

Ilha de Samui, Tailândia, tem 50.000 habitantes e recebe 1,5 milhão de turistas por ano, muitos através de cruzeiros!


Apenas 25 anos atrás, Koh Samui era um remanso sonolento 310 quilômetros ao sul de Bangkok, no Golfo da Tailândia, onde os habitantes viviam da pesca e da agricultura de coco. Quanta diferença de um par de décadas fazer. Terceira maior ilha da Tailândia (koh realmente significa "ilha" em tailandês, e muitos moradores deixam a palavra fora do nome) foi "descoberta" no final de 1980 pela multidão de mochileiros, que espalharam a boa nova sobre suas praias de areias brancas e águas claras.

Continue lendo (inglês) em Cruise Critic!

NOTA PESSOAL: Diversos outros destinos no mundo movimentam enorme quantidade de turistas, faturando alto ao longo de todo o ano, mesmo contando com uma pequena população. Tudo é questão de bem planejar... Tornar-se  concorrido destino de cruzeiros internacionais é uma das melhores formas de, com qualidade, quebrar a sazonalidade no turismo.

A China tem 13 bem equipados destinos de cruzeiros em sua costa. Um é Xiamen, que conta com moderno terminal multuiso!



O Xiamen Cruise Port, ou Terminal Internacional de Cruzeiros da área de Dongdu, está localizado sobre as águas ao sudoeste de Xiamen. É um edifício enorme de 3 andares com uma área total de 82.000 m², contando com aduana, áreas de embarque e desembarque, restaurantes, cafés e outros serviços. Fica próximo ao terminal das linhas que fazem o trânsito de passageiros entre Taiwan e a China continental.

Continue lendo (inglês) em Tour-Beijing!

NOTA PESSOAL: A China investe pesadamente em infraestrutura com foco no disputado mercado internacional de cruzeiros marítimos e tem políticas públicas claras para o segmento. Está associada à Asia Cruise Association.

Polêmica! Por falta de políticas públicas, presidente da ABREMAR prevê grande retração do mercado cruzeiros no Brasil!


“O Brasil tem recebido marcas de qualidade e cresceu muito nos últimos anos, mas agora está andando para trás", diz Ricardo Amaral, presidente da associação.

Continue lendo em Panrotas!

NOTA PESSOAL: Em Santa Catarina vimos fazendo o mesmo alerta há anos. Como não fomos ouvidos, o resultado está aí: drástica redução do número de escalas de cruzeiros em nosso litoral na temporada 2013/2014. Falta de infraestrutura portuária, receptivo turístico incipiente, ausência de articulação entre os portos locais entre si e com os de outros países da América do Sul e de outros continentes, burocracia, tudo trabalha contra. Enquanto novos destinos concorrentes fazem de tudo para superar os entraves, aqui trata-se o mercado de cruzeiros com desrespeito.

De escuna a passeio de bike, passando por ecoturismo em Jeep 4x4, Ilhabela (SP) oferta variados tours aos cruzeiros!


Quem informa os detalhes dos passeios e preços é nosso amigo jornalista de turismo Ricardo Marengo, no portal Notícias de Cruceros, o mais lido do mundo em espanhol no segmento!

NOTA PESSOAL: Grande parte do sucesso deste portal especializado se dá em razão do texto delicioso de Marengo, sempre descrevendo as escalas com informações históricas, turísticas e refinado humor portenho! Leitura imperdível.

Após verificar as excursões disponíveis em Ilhabela e os respectivos preços, não é difícil imaginar as opções que poderiam ser oferecidas em Florianópolis e o impacto econômico positivo que os cruzeiros poderiam causar na região em toda a cadeia produtiva do turismo!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cruzeiros em navios menores ou fluviais são desejados por 30% dos turistas em grandes transatlânticos!!!

Cruzeiros ao longo do Reno são populare entre turistas que visitam a Europa

"A CLIA (Cruise Lines International Association, organização que representa a maioria das linhas de cruzeiro - grandes e pequenas) disse em seu relatório anual que 30% por cento das pessoas que navegam em grandes transatlânticos estão pensando em experimentar um pequeno navio ou um cruzeiro pelo rio", disse Patrick Clark, diretor da Avalon Waterways, especializada em roteiros fluviais. "Isso é um bom presságio para o nosso negócio."

Continue lendo em Canada.com!

NOTA PESSOAL: Com diversos rios navegáveis no interior e um litoral recortado, Santa Catarina é naturalmente vocacionada para sediar cruzeiros fluviais  e de pequeno porte, os small cruises. É preciso um estudo identificando o potencial instalado em nossas bacias hidrográficas e apontado as alterações necessárias (fixação de barras, dragagens, eclusas) para otimizá-la, tornando o estado atrativo para investimentos em PPP nestes segmentos. Neste sentido, talvez seja boa idéia o DEINFRA/SC lançar mão de PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse). 

Grupo Gestor do Turismo de Florianópolis e Região - GG-FLN, realiza sua primeira reunião do ano!


O Grupo Gestor do Turismo de Florianópolis e Região - GG-FLN realizou na última sexta-feira (25), na SETUR, a 1a reunião ordinária de 2013. 

Estiveram presentes, além da Secretária de Turismo de Florianópolis, Maria Cláudia Evangelista, representantes da ABEOC, ABIH, ACATMAR, ACIF, ASSESC, CDL, FCVB, SETUR e SHRBS.

Continue lendo no blog do GG-FLN!

Esta velejada de catamarã foi desde o Rio Itajaí até Jurerê em Florianópolis!!!

 No fim da tarde zarpamos pelo Rio Itajaí

 Por todos os lados intensa vida náutica!

 Impressionou a quantidade de estaleiros...

 Passando ao largo das instalações que receberam a Volvo Ocean Race 2011/2012!

A boreste de quem sai pela barra, fica o Saco da Fazenda, que receberá enorme marina.

Enfim, deixamos o pujante Rio Itajaí... 


Com o sol poente e ventos favoráveis, proa Florianópolis!

 Estava iniciando uma das melhores velejadas de nossas vidas!

A lua apontava no horizonte, trazendo bons presságios...

Relax total a bordo, em uma velejada veloz porém confortável! Comandante Koy Meirelles (à direita), era só alegria!

Tivemos a companhia da lua iluminando-nos as quatro horas de uma linda singradura noturna...

Ancoramos o catamarã em Jurerê e dormimos a bordo, acordando com um dia fantástico!

Diversos outros veleiros faziam-nos companhia. Ficou aquele gostinho de "quero mais"!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Outra espetacular volta à vela ao redor da Ilha de Santa Catarina, agora no catamarã do comandante e amigo Koy Meirelles!

Este gigantesco catamarã à vela de 44 pés (na foto aparece apenas 1/6 dele, a metade boreste da popa), na ocasião estava sendo reposicionado para operar passeios turísticos na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, para até 25 privilegiados passageiros, atividade que segue realizando com sucesso!.

Regata Volta à Ilha de SC, à bordo do valente "Oulalá", do comandante mais cool que já vi, Guilherme Stark Bernard!

Saiba mais sobre esta e outras regatas promovidas pelo Iate Clube de Santa Catarina - Veleiros da Ilha!

O NVe Cisne Branco (U-20) é um navio veleiro da Marinha do Brasil. Velejei nele!


Velejar no Cisne Branco, em uma perna pelo litoral de Santa Catarina desde Florianópolis a Itajaí, foi uma das mais fantásticas experiências náuticas que tive, não tanto pelo percurso, bastante curto, quanto pelas condições climáticas perfeitas (um dia lindo, com forte vento sul favorável) e a embarcação inrcrível. Fui a convite do Capitão dos Portos de SC à época, nosso grande amigo, então comandante Hamilton Henrique.

Patrimônio Histórico é argumento na Itália para apresentação de resort com marina!!!



Clique na imagem para assistir à bela apresentação em vídeo!

Trata-se do empreendimento "Cala del Forte", artisticamente engastado na costa da Ligúria, cuja implantação está sendo registrada passo a passo em lindas fotos!

Detalhe: contará com acesso via elevador inclinado para chegar ao estacionamento e à parte alta da cidade histórica!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Receita de Caldo Verde, testada e aprovadíssima!!!


Baixou um friozinho aqui em Floripa de ontem para hoje, excelente desculpa para preparar um Caldo Verde! Ótimo para acalmar os ânimos e confortar o espírito... Prepará-lo já é uma boa terapia.

A receita, bastante simples, que funcionou muito bem, veio lá do Receitas.com!

Luz de fim de tarde na Lagoa da Conceição, em Floripa, é sempre um espetáculo que se renova...

Nosso amigo aí ficou um bom tempo clicando a paisagem náutica da Lagoa, aproveitando a luz espetacular... Foto registrada com câmera de um smartphone BlackBerry Curve de 1.3Mp, sem filtros antes ou depois.

Moacir Pereira, Sérgio da Costa Ramos e Cacau Menezes engajados no desenvolvimento náutico de Florianópolis!!!

 


sábado, 26 de janeiro de 2013

O Pescador - Arnaldo S. Thiago


O Pescador

A diuturna flama, a comburir no espaço,
inda não crepitou. Da noite no regaço
dormem a terra e o mar, dormem placidamente.
Passa então no céu o cortejo esplendente
das estrelas, em torno à pálida sonâmbula.
Silêncio de necrópole. Uma voz notâmbula,
porém, ao longe ecoa: é o canto da saudade
que o marujo desfere em plena soledade.

Distante vem o dia e as auras matutinas
começam a encrespar as águas cristalinas.

O cenário mudou. Agora as ardentias
vão, recamando o mar de revoltas estrias,
projetar-se aos parcéis, à praia alvinitente.
Então o pescador acorda prestamente,
sobraçando lanterna e remos e velame,
corre à faina do mar, antes que a esposa o chame.

Já nas ondas flutua a próvida canoa;
solta a vela ao terral e para o norte aproa.
Ei-lo firme da popa, a manobrar, garboso,
o seu barco veloz sobre o mar tenebroso.

Antes que o sol vergaste os duendes da noite,
com o feixe de luz do espectral açoite
e crave no horizonte o seu olhar primeiro,
se encontra o pescador em cima do pesqueiro.
Atira a poita ao mar e a vela, bem ferrada,
acomoda na proa, embaixo da bancada.

Há prenúncios da aurora. "Inda puxa a maré."
Sobre o fogo da telha aquenta-se o café.
(Não há nada melhor do que tomá-lo quentinho, 
- o bom café com pão, no largo mar, cedinho...)
Depois o pescador acende o seu cigarro;
lança ao vento fumaça e, puxando o pigarro,
dá graças a S. Pedro e vai iscar o anzol.

Começa a clarear e já se avista o sol.
Descem chispas de fogo ao mar, refresca o vento.
Nos rochedos, ao longe, um lençol alvacento
de espumas, se adelgaça e rola, em torvelinhos, 
no abismo torvo e negro onde assomam golfinhos.

Não teme o pescador: com linhote e chumbada,
é firmar-se na borda e não perder a linhada.

Ei-lo agora em seu posto, atento, vigilante,
os recessos do mar sondando instante a instante.

De súbito o linhote enrista força estranha
que parece agitar no oceano a funda entranha.
Movimento instintivo a mão que tem alçada,
impele o pescador na ríspida ferrada
que faz do curvo anzol a farpa traiçoeira
nas guelras se encravar da pescada matreira.
E agora é tentear o peixe na corrida;
não lhe dar muita linha e nem forçar-lhe a brida,
que ainda pode escapar se não tiver cuidado.
Vai muito a diligência e o esforço redobrado.

Mais um pequeno arranco e rígida arpoada
rasga o aurífero dorso à túrgida pescada...

Quando o sol vai a prumo e encrespa a nordestia
o sereno e brilhante espelho da baía,
recolhe o pescador as poitas e o viveiro
e faz rumo da praia em seu barco veleiro.

Nesse dia sorriu-lhe a sorte caprichosa:
- Comprará um vestido à esposa carinhosa,
um pouco de riscado aos filhos... E pensando
em tais coisas, sorri, se alegra e vem cantando.

Entretanto nem sempre as auras da fortuna
são propícias ao bom e nobre pescador:
hoje, falta-lhe a isca, outras vezes, o tempo
se incumbe de entrevar-lhe o gênio lutador.

Então, se o vento ronda o quadrante de leste
já se pode esperar mau tempo muitos dias;
ei-lo, pois, aplicando em consertar as redes
o forçado lazer das longas invernias.

Quantas vezes, porém, ele se faz ao largo
com o vento à feição e mares bonançosos,
e, já no oceano em fora, o anúncio da borrasca
desenha pelo céu sinais tempestuosos!

Rápido, o pescador ferra o pano à canoa
e murmura uma prece à virgem padroeira:
- Valei-me, vós, Senhora! Em meio a tormenta
protegei o meu barco, oh! santa Mensageira!"

Erguem-se vagalhões, ribomba a trovoada;
cruzam raios no céu; dos ventos fustigada,
a chuva se despenha, em turbilhões, no mar.
Na voragem se engolfa a túrbida canoa.
Falece-lhe a esperança... Eis súbito, na proa,
radiante aparece a Virgem tutelar.

- "Ó rainha do céu, acode ao navegante!"
num arroubo de fé, exclama o pescador.
Milagre! Eis que que um poder estranho retempera
a coragem fugaz do heroico lutador.

E braceja, a remar, com força insopitável
que lhe trouxe o vigor da crença inquebrantável.

Mais forte que a tormenta é o poder da oração.
Pescador, tu tens fé e Deus tem coração!

Ei-la do pescador a vida aventureira,
passada sobre o mar, n'uma existência inteira.
Ora de vento em popa, em dias bonançosos;
ora lutando, audaz, com os tempos tormentosos;
aprendendo a sofrer e aprendendo a esperar;
tendo um profundo amor à solidão do mar,
aos filhinhos, à esposa e uma doce lembrança
da praia onde moureja e brincou em criança.

É rude o pescador, mas sua alma é um sacrário
aberto à compaixão do mártir do calvário.

E por isso Jesus prefere ao esplendores,
à vanglória do mundo, o amor dos pescadores. 

São Francisco do Sul - 1927

Natal no Mar - Virgílio Várzea


Natal no mar


A Eliseu Guilherme

O capitão tinha dito na véspera que se o tempo se aguentasse e o vento fosse favorável, por aquela semana, e Nossa Senhora os não desamparasse, iriam passar o Natal na sua freguesia, no descanso da viagem. Os marinheiros, ocupados, ao momento, em remendar as velas, à proa, sobre o castelo abaulado, sorriram, por instantes, na doçura daquelas palavras, que lhes alegrava a alma, como um prenúncio suave.
E um rapaz moreno, de vinte anos mais ou menos, que estava sentado à gaiúta, as pernas cruzadas, a fronte pendida sob o boné de pala larga, afagado pelas densas madeixas escuras do seu cabelo anelado, tendo sobre os joelhos uma lousa, onde fazia o cálculo da última singradura andada, ergueu docemente os grandes olhos negros, cheios de um brilho nostálgico, fixou rápido o capitão, o timoneiro robusto, pousando-os longamente, em seguida, sobre o mar azulado. Depois, inclinando outra vez a cabeça, prosseguiu mudamente no cálculo, embranquecendo a pedra de números, que o lápis abria em bordados. Absorvido na tarefa, só se interrompia algumas vezes para folhear as tábuas náuticas.Suspirava então, de leve, como numa abafada saudade.
Levou assim muito tempo, até que o capitão, voltando da popa, onde estivera a deitar a barquinha, perguntou-lhe com a sua voz grossa e áspera:
− Então, quantas milhas andou o patacho?
− Noventa, fez ele de pronto, erguendo o rosto queimado, onde os olhos fulgiam, acesos ainda num clarão de saudade.
A face carregada do velho marujo iluminou-se então duma expansão de bondade, e sua boca alentada, de finos lábios enérgicos, descerrou-se num sorriso de júbilo, sobre os belos dentes alvos. Achegando-se da gaiúta, onde o rapaz, já de pé, pegava as Tábuas e a pedra para descer para a câmara, pousou-lhe a mão sobre o ombro, e, fitando-o muito com os seus olhos claros, raiados de sangue nos cantos pela idade e pela refração do sol no mar, disse-lhe, enternecido, num vago ar paternal:
− Assim, meu rapaz! É puxar pelo casco, é puxar pelo casco! E deixa-te lá de casórios, que tu não tens idade! A Luíza que espere. Faz-te homem, primeiro... A tua mãe, coitada, precisa de ti... Bota pra fora as tristezas! E alegra-te, que vais ainda passar com dia o Natal!...
Enleado de repente por aquelas palavras, a cabeça baixa, os olhos fisgados na tolda, o Venâncio, colhido assim no seu segredo íntimo, nem sabia o que dizer. Mas como o velho Soeiro, que ele tanto respeitava e temia pela sua severidade e rigor em viagem, lhe falasse desta vez com tanta bonomia, ousou responder vagamente, todo rubro, numa titubeação de palavras:
− Não, senhor... não, senhor... eu não penso em casar...
E desceu para a câmara, carregando os objetos, numa pressa de se libertar do “aperto” em que o pusera o velho náutico. Entrou no camarote, e sob o júbilo que o tomava, naquela doce esperança de ir passar o Natal no seu arraial, abriu a caixa da roupa, sacou de dentro um pequeno registro colorido do Senhor do Bonfim, que era o padroeiro do lugar, e beijou-o longamente, pensando na mãe o na amada...
Mas um pampeiro do sul caiu inopinadamente, uma tarde, na antevéspera do dia almejado. E o navio, com o litoral já à vista, pela proa, foi obrigado a fazer-se ao mar. Desde essa hora até ao dia seguinte, ninguém a bordo parara, numa faina contínua, quando o vento começou a amainar e o patacho meteu de novo na bordada de terra. Até à tarde, porém, não se avistou a costa; e a tripulação, agastada com aquele demônio de tempo, praguejava rudemente, perdida agora a esperança de ir passar o Natal em seus lares.
O próprio capitão, de pé ao cata-vento, junto ao homem do leme, mostrava, nesse instante, o rosto carregado como numa contrariedade. No entanto, durante o vendaval, a sua larga fisionomia de leão do oceano se conservara plácida e animada, nessa serenidade incomparável de espírito e de alma, que é a superioridade do marujo ante esse temível adversário — o mar. É que o velho Soeiro tinha também esposa e filhos a quem idolatrava, e mais do que todos, a bordo, sentia o desejo insaciável de mergulhar o coração sequioso de afetos nas carícias e bênçãos do lar, onde todos os que vogam nas ondas encontram sempre um asilo remansoso e sagrado.
Num recanto da popa, entretanto, o Venâncio, a quem o velho afagara nas vésperas, junto à gaiúta alta, satisfeito e feliz por encontrar nele um discípulo digno e que não temia bater-se com as vagas, prometendo dar de si um marinheiro que o saberia honrar; num recanto da popa, o rapaz não cessava de olhar, um momento, o horizonte além, onde lhe parecia ainda ir surgir de repente, sob a névoa dourada do poente, a curva branca e saudosa do seu golfo natal. Ali ficou muito tempo, até que a sineta de bordo o despertou para o quarto.
Já então, para leste, uma cinza sutilíssima se alastrava nas águas. Descia a noite lentamente; na barra verde do ocaso, onde brilhos vagos morriam, na glória do sol que findava, um ponto fulvo pequenino, Vésper, a estrela da tarde, numa cintilação tremulante e faustosa, que convidava a amar, rolava no côncavo azul do firmamento, como uma camândula dourada.
Nas amuradas, à proa, e sobre o castelo arqueado, os marinheiros em grupo, esquecidos já do pampeiro, numa resignação invejável de almas sãs e amoráveis, que não dão nunca abrigo e guarida a ódios mas a amores e mágoas, cantavam saudosamente e em coro essas belas cantigas do sul, que sonorizam as estradas e praias alvas dos sítios pelo tempo do Natal.
Embaixo, na câmara, o capitão, vendo que não chegariam à barra senão ao outro dia, pela tarde, pois estavam ainda a mais de dois graus ao mar, abrira os mapas sobre a mesa para traçar os rumos andados e pôr o ponto na carta. Mas a saudade da família trabalhava-lhe a alma. E, às vezes, quando o canto da maruja estalava mais forte, à proa, sob o ranger surdo dos mastros, ele, subitamente enternecido, os olhos arrasados de lágrimas, erguia a cabeça leonina, branqueada pelos anos, e punha-se a olhar tristemente a luz amarela e saudosa do farolim, pendendo osciladoramente do teto, na sua manga de vidro cercada de um gradil de metal.
Em cima, ao pé do leme, sentado em frente à bússola, na gaiúta fechada, o Venâncio enlevava-se também longamente naquelas cantigas nostálgicas. Conhecia-as bem, pois a sua infância dourada havia deslizado entre elas, num embalamento de júbilo, na sua aldeia adorada. E quantas vezes as cantara, em menino, no bando alegre dos amigos, em noites assim de festa, seguindo, com a lua no céu, de presepe em presepe, os ranchos palreiros das raparigas amadas!
Assim cismava tristemente, quando o coro dos marinheiros, avante, cessou de súbito, num profundo stacato. Fez-se um momento de silêncio, em que só se ouvia o murmúrio saudoso das ondas batendo nas amuradas. Era meia noite, uma dessas meias noites soturnas e quase trágicas do mar.
Então, sob os quadrados alvos das velas nevando o espaço no alto, vozes roucas e másculas gritaram, à uma, do castelo:
− Tocar a Natal! Tocar a Natal!
E logo a sineta de bordo, em repiques vibrantíssimos, de uma consoladora alegria de alvorada de calma, cantou o nascimento divino do Menino Jesus, que docemente ecoou pelas águas, rolando ali, marchetadas de estrias de luz, sob a rede de ouro dos astros.
O capitão, num enlevo, subiu à pressa ao tombadilho, chamando os marujos à ré. E todos, num forte uníssono festivo, que arrebatava a alma, entoaram vigorosamente, na tolda, entre aquelas velas felizes dominando o oceano, este estribilho devoto de um velho hino cristão:
“Salve! ó divino Jesus!
Luz do nosso coração,
Que vieste hoje ao mundo
Para nossa salvação!”
Rio - 1896

Em plena crise, Liverpool precisa investir milhões de libras para ampliar seu terminal de cruzeiros. Retorno garantido!



A crescente demanda por cruzeiros em Liverpool significa que o porto deve ter um terminal maior e melhor. Benefícios mais do que justificam o financiamento para a expansão.


Continue lendo (inglês) em Liverpool Daily Post!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Em um só dia, 3.500 turistas norte-americanos e alemães desembarcaram de cruzeiros em Manaus!!!

Terminal de Cruzeiros de Manaus

Três navios transatlânticos aportaram nesta quinta-feira (22) em Manaus. Aproximadamente 3.200 turistas norte americanos e alemães vieram conhecer a capital do Amazonas. Cada turista deixa na cidade cerca de 150 dólares, segundo cálculos da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).

Fonte: Amazonas FM

Em apenas um dia, cruzeiros injetarão quase de US$11 MILHÕES na economia do Rio de Janeiro!!!

Pier Mauá, o terminal de cruzeiros do Rio

Com a chegada de oito navios no dia 10 de fevereiro, em pleno Carnaval,  o Porto do Rio bate o recorde internacional de atracações simultâneas.  Somente neste dia a movimentação média de cruzeiristas será de 36 mil pessoas, com injeção média de recursos na cidade da ordem de 10,8 milhões de dólares. 

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NOTA PESSOAL: Imaginem a parte fiscal de uma receita assim, relativa a uma desejável participação da SETUR na taxa portuária, alimentando o futuro Fundo Municipal do Turismo de Florianópolis e sendo integralmente aplicado em infraestrutura turística na capital catarinense...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Fortalecimento do turismo náutico em SC, principalmente em Florianópolis, na pauta de Beto Martins em Brasília!


O assunto foi tratado em almoço com os também catarinenses Vinicius Lummertz, secretário nacional de Políticas de Turismo do MTur e Tufi Neto, diretor administrativo e de finanças da Embratur.

Informação foi divulgada nas redes sociais pelo próprio secretário de Turismo de Santa Catarina, Beto Martins (foto), postando link para release publicado no portal da pasta.

NOTA PESSOAL: Sabendo da sua viagem a Brasília, informei ao secretário a existência de convênio entre o MTur e o Deinfra/SC para estudos do terminal de cruzeiros de Florianópolis, parado na burocracia federal. Tenho reunião agendada com o secretário Beto Martins para a próxima semana, tratando da mesma pauta, quando então terei mais informações dos encaminhamentos dados por ele na capital federal quanto ao nosso porto turístico, cujo conceito multiuso prevê marina de vagas molhadas anexa, aproveitando a profundidade da bacia de evolução dos navios, como vem sendo feito em todo o mundo. É homem do mar, do setor portuário, e já está dando especial atenção ao tema.

Dalmo Vieira implantará GT Náutico em Florianópolis!


Estive novamente com o secretário Dalmo Vieira, titular da poderosa secretaria municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, tratando da sugestão de implantar o GT Náutico de Florianópolis, colegiado com vistas ao planejamento, fomento e implantação de estruturas de apoio náutico na capital catarinense e sua regulação local, criando infraestrutura para bem receber embarcações de esporte e recreio e cruzeiros, para o transporte aquaviário de passageiros (marítimo, fluvial e lacustre), para a pesca e para a maricultura.

Já lhe havia passado informações acerca do GT Náutico do Ministério do Turismo e do GT Náutico de SC e o secretário informou então que, em duas semanas, a pedido do prefeito Cesar Souza Jr., começaremos a replicar tais iniciativas no âmbito do município.

Dalmo é velejador experiente, entusiasta das coisas do mar - vide o Museu Nacional do Mar em São Francisco do Sul e a imensa marina pública com vagas molhadas que está sendo implantada no Saco da Fazenda, em Itajaí, concebidos sob o protagonismo dele.

Nada, porém, ilustra melhor tudo isto e a razão do meu otimismo, do que a foto acima, em que Dalmo divide a mesa em importante evento com o renomado navegador Amyr Klink, nosso amigo (in)comum...

Lobby do bem pelo desenvolvimento náutico de Santa Catarina!


Razão de eu comparecer a variadas posses e outras solenidades públicas em 2013?! Prefeito, vereadores e secretários municipais de Florianópolis; secretário estadual do turismo; Capitania dos Portos; assinatura de ordens de serviço de obras estruturantes?!

Além de em alguns casos estar representando a ACIF como seu diretor de turismo e prestigiando amigos, em todos trata-se de formar e ou estabelecer parcerias estratégicas. Sempre a bem do interesse público, consubstanciado aqui no desenvolvimento do turismo catarinense. Na hipótese, a partir da implantação na Grande Florianópolis de estruturas de apoio náutico a embarcações de esporte e recreio, pesca, maricultura e navios de cruzeiro.

A idéia é, a partir das baías da Ilha de Santa Catarina, induzir ao desenvolvimento destes segmentos na região e em todo o estado...

Na foto acima, tomada quando da solenidade em torno da ordem de serviço de reforma do Terminal Rodoviário Rita Maria e publicada na coluna do jornalista Moacir Pereira, estou fazendo ao secretário estadual da infraestrutura, o amigo deputado Cobalchini, cobrança já feita ao governador e ao vice-governador: "Novo aeroporto e reforma da rodoviária encaminhados... E o terminal de cruzeiros de Florianópolis?!".
Por ora, nada de assertivo brotou do governo estadual. Não obstante isto, ao menos o deputado Cobalchini informou que anda tratando do assunto com catarinense Vinícius Lummertz, comissionado em importante cargo no MTur. 

Degrau a degrau, com infinita paciência e perseverança no objetivo, oxalá cumpriremos esta penosa faina! Oremos.